19 dezembro 2010

Feliz Natal e um SUPER 2011!!!


Que 2011 seja um ano maravilhoso para todos.
Que os do bem sejam felizes e os do mal tenham sua chance de aprender a ser gente.

Renato Baptista


14 dezembro 2010

Alvoroço no Galinheiro



Alvoroço no Galinheiro

Era um dia perfeito. Sol, brisa quente e suave, harmonia total no galinheiro.
O galo Querêncio imponente, fazendo valer o seu domínio, era mais do que admirado pela dupla dezena de galinhas que se esforçavam para mostrar a ele as suas crias amarelinhas, frutos do seu segundo de amor.
Era milho no almoço, milho na sobremesa, milho no lanche, no jantar e quirera para os menores e depois um golinho de água aqui e outro ali e Querêncio só olhando, avaliando, afiando o seu esporão e esperando.
E naquele final de tarde, entre uma ciscada e outra, uma tempestade se formou. De repente, vinda ninguém sabe de onde, uma jararaca se apresentou bem no meio do terreiro. Aquele olhar congelante, ávido por uma refeição.
Foi, vocês nem imaginam, um corre-corre danado. Era pena para tudo que era lado. As galinhas se debatendo
e tentando vôos desesperados, pintinhos correndo de uma lado para o outro, sendo que alguns coitadinhos nem sabiam direito o que acontecia. Só corriam também.
Uma gritaria infernal, tão grande que até parecia briga na feira ou quem sabe uma briga de galo.
O Querêncio preocupado, juntava forças, pois tinha que defender os seus domínios, a sua família.
A jararaca se divertia e já tinha até mirado a sua presa quando Querêncio estufou o peito, abriu suas asas, empinou sua crista e voou direto no meio da cara dela.
Fez-se um silêncio total, todos pararam para ver a embolação que se seguiu.
Teresa e Querêncio travavam uma batalha de vida ou morte. Querêncio era um valente, porém numa derrapada inesperada quebrou sua perna direita. Uma dor lancinante.
Bem que ele tentou continuar, mas ele sabia que seria fatal e sendo assim, usando suas asas fortes, afastou-se de Teresa para poder avaliar o que iria fazer.
Algumas galinhas se desesperaram. Uma delas, coitada,
engoliu seu próprio ovo. Não sei se pensou em defendê-lo e botá-lo depois de novo ou se tentou o suicídio. Isso ninguém nunca saberá, pois Felisberta morreu engasgada naquele mesmo minuto.
Enquanto isso, Teresa se recompunha do ataque, pois já estava ferida por Querêncio, mas não fora de combate.
Foi nessa hora que Dagoberto, um pinto encorpado, forte, já um Frango e que tinha assistido de perto a desgraça de Felisberta ao morrer engasgada com seu próprio ovo, teve uma idéia...
Se ele provocasse Teresa até que ela abrisse a sua bocarra peçonhenta, ele poderia, como um Kamikase, atirar-se dentro da garganta dela rápido o bastante para não ser picado pelas presas de Teresa e tentar sufocá-la com seu próprio corpo.
E assim fez Dagoberto, um Frango herói em seu dia de fúria. Bicho arrojado... filho mais velho de Querêncio. Ele mergulhou sem piar na garganta de Teresa. Cravou seu bico e suas garras afiadas nas suas entranhas e abriu suas asas com toda a sua força para não ser engolido.
Teresa ficou imóvel, não conseguia reação. Querêncio vendo aquilo superou sua dor e, encorajado pelo aparente sacrifício do filho, precipitou-se contra a jararaca. Ela, entalada e imobilizada, nada pode fazer. Nem esboçou reação.
Com seu bico guerreiro, Querêncio despedaçou Teresa enquanto seu esporão dilacerava aquela pele escamosa.
Teresa agonizava, sucumbindo ao ódio de quem defende os seus.
E Querêncio não parava, até que abriu de vez a barriga de Teresa e qual não foi sua surpresa... encontrou Dagoberto meio desfalecido, com as penas todas lambuzadas, tonto e já sem ar, mas...vivo!
Foi uma festa. Asas aplaudindo o novo Príncipe. Todos em reverência a Dagoberto, o Frango Herói, inclusive Querêncio que não cabia dentro de si de orgulho.
Josué Carvalho, o dono do sítio, preocupado com o alvoroço, apareceu correndo para ver o que tinha acontecido, e ao entender o ocorrido, também se sentiu orgulhoso de suas crias.

- Naquela noite, Felisberta foi servida assada com ovo e tudo no jantar para a família de Josué.
- Teresa, ou o que sobrou dela, foi enterrada com suas enzimas numa cova funda bem longe da porteira do sítio sem direito a lápide.
- Querêncio, após receber a condecoração de “O Galo do Ano” aposentou-se por invalidez permanente em virtude dos ferimentos que recebeu naquela tarde.
- Dagoberto foi eleito o novo Rei do Galinheiro e durante muitos e muitos anos contou essa história para os seus descendentes.
- Dagoberto faleceu cinco anos depois em virtude de uma fome abrupta da família Carvalho.
- Até hoje essa história é contada nos galinheiros da cidade de Macupira do Sul e região e acabou por se tornar uma lenda.
“A lenda de Dagoberto, O Frango-Rei Esperto!”

Moral da História : Mais vale ter na vida coragem e inteligência do que uma boa dose de veneno.


O lugar, os fatos, os personagens e seus nomes são absolutamente imaginários. Qualquer semelhança com pessoas, lugares ou animais reais é mera coincidência.

Renato Baptista
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05 dezembro 2010

John Lennon – Mito Eterno

Faz 30 anos que John Lennon foi assassinado. Foi para o céu um homem que estava além do seu tempo, vivia outro mundo e talvez tenha sido essa a causa da sua partida, quem sabe?

Lennon era mais que um músico, ele era um homem capaz de fazer os seus sonhos se tornarem reais e usava o dom da música como instrumento, ferramenta para tal.
Co-existiam com ele vários mitos da música como Joplin, Hendrix, Ozzy, os caras do Led Zeppelin, Pink Floyd, para não falar de inúmeros outros que faziam sucesso, ou seja, expoentes que se perderam, se mataram ou permaneceram como estátuas de cera como os integrantes dos Stones. Estes tinham lá o seu valor e comoviam multidões, mas não eram exemplo para ninguém e enquanto os Beatles eram Reis esses chegavam a príncipes, quando muito... mas sem tietagem, o assunto aqui é sério.
Interessante é ver e analisar os integrantes dos Beatles, coisa que a imprensa não faz de forma congruente, pois limitam-se a explorar o lado festivo da história na maioria das vezes. Harrison era um músico excepcional, mas vivia literalmente fora da realidade. Escreveu e musicou “Something” e olha, não precisava fazer mais nada, já estava de muitíssimo bom tamanho. Ringo, bem, era só Ringo e prefiro não entrar em detalhes, agora Paul era coração puro, aliás, é até hoje. Um cara acima da média no que é, no que representa e no trabalho musical que nos proporcionou.
Paul é um expoente máximo da música de todos os tempos sem sombra de dúvida e dono de composições memoráveis, daquelas que guardamos no coração. Um verdadeiro “Mito” eterno. E finalmente John... John era alma, simplesmente, alma. Um defensor de causas acima de tudo. Um pensador, um artista.
A personalidade de Lennon era incomum e sua forma de encarar as coisas um disparate para a época, e por isso foi preso, amado, odiado e assim. Alguns o perseguiam, não pelo que ele fazia, mas pelo que ele pensava, e isso é o que determina um homem de princípios e que sabe o que diz.
A música de Lennon era precisa, concisa, direta. Ele não se preocupava em agradar com acordes a esse ou aquele, fazia música para externar o que era sua alma e não estava nem um pouco preocupado se o esculhambavam por causa da Yoko ou seja lá porque mais.
Faz 30 anos que John partiu, ou melhor, partiram com ele. Um fã desesperado? Não sei. Ordens ocultas? Não sei. Acaso? Também não sei, mas uma coisa é certa, o que não sei mesmo é como seria Lennon hoje, aos 70 anos e convivendo com os conflitos do Iraque, do Afganistão, faixa de Gaza, Coréias, etc, etc, etc...
O espírito de John permanece vivo dentro de cada pessoa que foi capaz de entendê-lo na sua essência, no seu modo de ser, mesmo com seus erros e acertos, enfim.
Bem, para terminar esta crônica, um fato interessante... Um rapaz, filho de um conhecido, e que hoje tem 15 anos, diz ser John Lennon. O interessante é que quando ele disse isso pela primeira vez , ele tinha 8 anos e nunca tinha visto ou ouvido falar de John, e já fazia 15 anos que Lennon tinha partido.
Esse menino se veste com roupas “psicodélicas” (quem foi da época sabe o que digo), vive num outro mundo que não o nosso, toca todo e qualquer instrumento de forma perfeita e diz aos quatro ventos que ele é John Lennon... e isso naturalmente, sem forçar nada e sem querer aparecer.
Que coisa, não?

Renato Baptista

- “É uma falta de responsabilidade esperarmos que alguém faça as coisas por nós.” – John Lennon

- “Eu tenho o maior medo desse negócio de ser normal.” – John Lennon

- “A vida é o que lhe acontece, enquanto você está ocupado fazendo outros planos – John Lennon

- "Vivemos num mundo onde temos que nos esconder para fazer amor, enquanto a violência é praticada à luz do dia."- John Lennon